domingo, 22 de julho de 2012

Formação de equipes


Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
08/07/2012


            Um grande desafio que se impõe ao gestor é formar sua equipe, sobretudo naquelas situações em que se parte do zero, a exemplo da criação de um novo negócio, ou quando se atravessa a turbulência de um processo de crescimento acelerado. As dicas que apresento aqui decorrem de experiência própria, em particular de erros que vivenciei em tempo recente.
1. A pirâmide da senioridade: os profissionais especializados são normalmente classificados em três "níveis de senioridade": júnior, pleno e sênior. Naturalmente o profissional júnior é aquele em início de carreira, a quem se deve delegar tarefas menos complexas; o pleno é intermediário; e o sênior, obviamente, aquele que possui maior experiência e maturidade, fiel depositário dos problemas de maior complexidade. Um dos grandes segredos na formação de um time vitorioso é equilibrar as presenças dos três níveis de senioridade, sem achatar (excesso de júniores), nem esticar (excesso de sêniores) a pirâmide.
2. Não tente caçar com gato: o ditado popular não deve ser aplicado no preenchimento de uma vaga da sua equipe. Se você precisa caçar e não tem um cão, se vire para arrumar um, mas não tente fazer isso com um gato. Costumo dizer que pior do que uma vaga aberta é ela mal preenchida, ou seja, mantenha a posição desocupada (quando muito ocupada interinamente ou acumule-a você mesmo) até encontrar alguém realmente apto a preenchê-la. Atente para um detalhe: não são poucas as vezes em que, quem tanto procuramos, está ao nosso lado, isto é, dentro da própria organização, portanto, não deixe de olhar em sua volta e dar oportunidades de ascensão aos da casa.
3. "Não existe o profissional que preciso": eis uma grande mentira. Pode não ser fácil encontrar o profissional com o perfil que você precisa, mas ele existe e sua obrigação é caçá-lo. Saiba, contudo, que essa busca tende a ser exaustiva e você poderá ter que recorrer a um head hunter (especialista em recrutar profissionais mais difíceis de encontrar) para dar conta da missão. Outra coisa: cada um "vale o quanto pesa", logo, não queira ter um grande jogador sem a indispensável disposição para pagar o quanto ele vale.
4. Quem escolhe o jogador é o técnico: jamais delegue a escolha de um dos membros do seu time a terceiros. É claro que o pessoal de RH deve atuar nas várias etapas de um processo seletivo, mas a entrevista final e a escolha precisam ser daquele que responde pela equipe, utilizando opiniões e relatórios de entrevistas que outros fizeram antes. Em geral somente o feeling do líder é capaz de enxergar talentos que estão invisíveis a olhos comuns.
5. A necessidade de oxigenar a equipe: por mais inacreditável que seja, nas organizações privadas é frequente se ver a perpetuação de profissionais sem as qualidades (técnicas ou pessoais) necessárias para os cargos que ocupam. Sem precisar chegar a extremos, e sem querer dizer nenhuma heresia, concordo com a estratégia de Jack Welch (o celebrado ex-CEO da GE) que consiste em renovar, compulsória e anualmente, uma pequena parte de todas as equipes da empresa.
            No mais, é conscientizar-se de que, nesses tempos de Economia do Conhecimento, um dos maiores (senão o maior) patrimônios de uma organização é o seu capital humano, portanto, cuide bem dele, a começar da escolha de cada um dos membros da sua equipe.


Para refletir: Os líderes comunicam a missão da organização incansavelmente; têm paixão por avaliar as pessoas; são decisivos nas avaliações. Jack Welch.

Para ler: Transformando suor em ouro, de Bernardinho.


Twitter: @jsantana61

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