segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A importância do investimento público


Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
16/12//2012


Tive o privilégio de liderar a formulação da atual política de desenvolvimento econômico do governo de Sergipe e de conduzí-la nos primeiros quatro anos. Das suas três dimensões - atração do investimento privado, apoio às micro e pequenas empresas, e desenvolvimento científico e tecnológico -, a primeira foi a que teve seus êxitos mais visíveis e as razões são quase óbvias, sobretudo por conta da geração de milhares de empregos.
O fomento e a atração do investimento privado em um Estado como Sergipe requer um vasto conjunto de fatores e de instrumentos, dentre os quais se destacam a concessão de incentivos fiscais, o ambiente de negócios (aí incluída a confiabilidade e a postura ética dos agentes públicos), a disponibilidade de mão-de-obra e a infraestrutura produtiva.
A infraestrutura produtiva inclui meios de transporte (rodovias, ferrovias, aeroporto, porto etc), suprimento de água, energia elétrica e gás, e a oferta de adequadas áreas industriais, grande parte fruto do investimento público. Quanto melhor for essa infraestrutura, maior a competitividade do Estado, ou seja, sua capacidade de ganhar a acirrada disputa com outros Estados por novos empreendimentos.
O investimento público em infraestrutura produtiva, que vem sendo realizado por sucessivos governos ao longo das últimas décadas, tem sido um dos mais importantes diferenciais para o desenvolvimento industrial de Sergipe, mas a demanda por novos investimentos não para de crescer, o que é absolutamente natural. Novas estradas (às vezes pequenos trechos para interligar novas grandes indústrias a rodovias existentes) e a melhoria da infraestrutura e implantação de novos distritos industriais tornam-se essenciais, razão pela qual fazem parte do atual plano de investimentos do governo.
Essa mesma classe de investimento igualmente impacta outra indústria de grande significado para a economia sergipana, o Turismo, cuja política estadual conduzi no biênio 2009/2010, quando foram incorporadas à SEDETEC as funções da SETUR. Com a consolidação dos principais destinos turísticos (Xingó com a revitalização da Rota do Sertão, e litoral sul com as pontes Joel Silveira e Gilberto Amado), urge a abertura de uma nova fronteira, desta feita no litoral norte, cujo principal requisito é a construção da SE-100 Norte ligando Pirambu a Pacatuba.
Eis porque fui tomado de desagradável surpresa e profunda indignação quando vi o Proinveste (programa de empréstimos do governo federal para fomentar o investimento público nos Estados nesse momento de severas dificuldades financeiras), inacreditavelmente, não ter sua contratação autorizada pela Assembléia Legislativa. Dentre os muitos projetos do Proinveste, novas rodovias (inclusive a SE-100N) e melhorias em Distritos Industriais estavam contemplados, restando a conclusão de que, como consequência do ato dos deputados que votaram contra, a economia sergipana perderá competitividade, principalmente para os vizinhos Estados nordestinos.


Para refletir: Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela. -- Maquiavel

Para visitar: www.bndes.gov.br

Twitter: @jsantana61

Um comentário:

  1. Eu diria que a Se100N além de proporcionar o desenvolvimento econômico do Estado, também consolidaria a ponte da barra como uma das principais saídas da cidade, desafogando o trânsito na única saída viável pra que tem como destino a região Norte do nosso Estado. Melhoraria muito o trânsito nas BR e diminuiria o número elevado de acidentes em nossas estradas.
    Parabéns!

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