domingo, 6 de janeiro de 2013

A lição sabemos de cor, só nos resta aprender


Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
23/12//2012


Valho-me dos versos do mineiro Beto Guedes, que embalaram minha juventude engajada à esquerda, para retomar a temática da liderança, ciente de que a recorrência do tema se justifica pela sua importância. Liderar é uma arte peculiar: suas elementares lições são facílimas de compreender, mas dificílimas de colocar em prática. Vejamos algumas das mais importantes:
1. Liderar é servir. Essa abordagem, consagrada por James Hunter em seu best-seller "O monge e o executivo" é uma das mais difíceis de exercitar porque requer reprogramar nossa mente, cuja tendência é ver o liderado como um subordinado que existe para nos servir. Por trás desse aparente paradoxo, reside uma das mais eficazes estratégias de liderança, capaz de operar enormes transformações na complexa relação do líder com o liderado.
2. Elogiar mais, criticar menos. Outro grande desafio. Impacientes, intolerantes e autoritários, os líderes adoram criticar, repreender, humilhar, quase sempre em público. Elogiar, ao contrário, é exercício raro, praticado com parcimônia.
3. Ser acessível. Isso significa manter a porta da sala aberta, circular no "chão de fábrica", conversar com os liderados, ouvi-los, estabelecer canais para que ofereçam críticas e sugestões. Fazendo isso, o líder vai se deparar com uma desconcertante descoberta: não raras vezes um humilde liderado pode oferecer inestimável contribuição, até em questões estratégicas. O problema é abrir mão da comodidade de permanecer em seu pedestal, inacessível, ouvindo apenas os relatos (parciais) que seu primeiro escalão relata. 
4. Encorajar, reconhecer, recompensar. Uma palavra de encorajamento vinda do líder tem efeito mágico na mente e no coração do liderado, fazendo-o empenhar-se com maior vigor para o atingimento das suas metas. Quando atingidas, o líder deve sempre reconhecer (de preferência publicamente) e recompensar (as recompensas devem ser imediatas e vinculadas a objetivos exequíveis).
5. Humildade, compaixão, sensibilidade. A humildade é a maior de todas as virtudes, aquela capaz de despertar profunda admiração, embora pouco frequente nos líderes. Normalmente a pessoa humilde costuma sentir compaixão decorrente de notável sensibilidade, revelando uma percepção aguçada da natureza humana que faz com que enxergue o ser humano por trás do "recurso humano".
Por fim, faço uma confidência: leio e escrevo muito sobre essas coisas na insistente tentativa de aprender a praticá-las. Eis porque, caro leitor, devemos perseverar no aprendizado de lições tão singelas mas que, postas em prática, são capazes de transformar radicalmente o ambiente que esteja sob nossa liderança.


Para refletir: "Ninguém é suficientemente sábio sozinho." -- Tito Plautus

Para visitar: www.ibccoaching.com.br

Twitter: @jsantana61

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