Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
09/09/2012
Na primeira parte dessa trilogia,
que se baseia no estudo "Conhecimento e inovação para a
competitividade" (versão pdf na íntegra) do Banco
Mundial publicado pela CNI, vimos que o Brasil não pode mais ignorar a economia
do conhecimento e que precisa fazer um extenso dever de casa que inclui um
amplo conjunto de reformas (tributária, trabalhista, política etc), pesados
investimentos em infraestrutura física, expressiva melhoria do ambiente de
negócios e, sobretudo, reinventar o sistema educacional e encorajar a inovação
no setor privado.
Nada mais natural do que a ênfase
que o relatório dá à importância da inovação nas empresas como antídoto às
baixas taxas de crescimento da economia brasileira, assegurando que dois
elementos formam a atual base da relativa deficiência do Brasil em inovação: a
tendência à pesquisa excessivamente "teórica" nas universidades
públicas e a expressiva falta de investimento do setor privado que, ainda
protegido, é poupado da necessidade de competir.
Os autores reconhecem que
iniciativas recentes de estímulo a investimentos das empresas em inovação -
como a Lei de Inovação e os Fundos Setoriais - foram importantes, mas é preciso
ampliar as políticas públicas de tecnologia e inovação para que as empresas
privadas passem a investir mais, assumindo riscos e expandindo suas atividades
produtivas para novas áreas "menos seguras". O estudo detecta ainda a
necessidade de liberalizar ainda mais a economia, em parte para forçar as
firmas nacionais a se tornarem mais competitivas.
O investimento público em P&D,
prossegue o relatório, precisa ser mais eficiente também para criar uma
infraestrutura que possibilite comercializar e disseminar o novo conhecimento,
através de parques tecnológicos, incubadoras de empresas, escritórios de
transferência de tecnologia, operações de capital de risco etc.
Ampliando o escopo do conceito de
inovação, que não deve ser compreendida apenas como uma invenção ou o primeiro
uso global de uma tecnologia inédita, e considerando que os países em
desenvolvimento estão defasados na curva tecnológica na maioria dos setores, o
estudo sugere que eles precisam pensar menos em inventar e mais em fazer coisas
diferentes com o conhecimento e a tecnologia disponível que possam adquirir.
O relatório propõe que sejam
adotadas três vertentes de inovação: a) criação e comercialização de novos
conhecimentos e tecnologia; b) aquisição de conhecimento e tecnologia do
exterior para uso e adaptação local; e c) disseminação e aplicação eficaz do
conhecimento e da tecnologia (criada ou obtida) que já estejam disponíveis no
país.
Já enveredando pelo próximo
desafio - o de reinventar o anacrônico sistema educacional -, os autores são
taxativos ao afirmar que a falta de capacitação básica dos trabalhadores é provavelmente
o único e mais importante obstáculo ao uso de novas tecnologias e equipamentos
ou ao livre fluxo de práticas inovadoras nas empresas. E concluem: as empresas
brasileiras investem tempo e recursos expressivos no treinamento dos seus
empregados, principalmente para suprir a falta de habilidades básicas que
deveriam ter sido tratadas pela escola. Esse é o tema da terceira e última
parte desse ensaio, que você vai ler no próximo domingo.
Para refletir: Quando o ritmo da mudança dentro da empresa for ultrapassado pelo
ritmo da mudança fora dela, o fim está próximo. Jack Welch.
Para ler: Conhecimento e inovação para a competitividade - versão pdf gratuita aqui
Twitter: @jsantana61
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