Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
19/08/2012
Poucas
áreas do conhecimento são mais afeitas a inventar conceitos, definições e
neologismos, muitos deles sem sentido, quanto a Administração de Empresas.
Nesse rol de invencionices, resolveram diferenciar eficiência e eficácia,
sinônimo consagrado por todos os dicionários. Imagine como justificar que
alguém pode ser ao mesmo tempo eficiente e ineficaz, ou vice-versa. O pior são
as tentativas de explicar e a obtusidade dos exemplos, previsivelmente ridículos,
verdadeiras pérolas, como essas que transcrevo a seguir e, intencionalmente,
omitirei os autores:
"EFICIÊNCIA é: fazer certo; o meio para se atingir um resultado; é
a atividade, ou, aquilo que se faz; EFICÁCIA é: a coisa certa; o resultado; o
objetivo: aquilo para que se faz, isto é, a sua Missão!"
"O comportamento eficiente cumpre o prometido, com foco no
problema. A eficácia costuma ir um pouco mais além. Efetividade congrega o
positivo que existe na eficiência e na eficácia".
É
disso para pior, mas vamos deixar essas bobagens de lado e explorar um conceito
mais objetivo e capaz de definir com maior precisão aquela que considero a mais
importante das qualidades de um profissional: a resolutividade (ou
resolubilidade), que significa, simplesmente, a capacidade de resolver os
problemas que lhes são confiados. Apesar de simples, eis uma qualidade rara,
ausente mesmo em pessoas que reunem vastas e diferenciadas competências.
Invariavelmente,
os indivíduos resolutivos somam variadas competências, mas não são,
necessariamente, os que mais as têm, considerando as competências técnicas
(escolaridade e conhecimentos técnicos) e as comportamentais (intelectuais, de
comunicação, sociais e organizacionais).
Nas
organizações é muito comum se enxergar alguns poucos a quem se delegam os
problemas mais difíceis, aqueles que pertecem à classe dos que resolvem, ao
contrário dos muitos outros que não o fazem, embora costumem ser mestres em
encontrar as mais sofisticadas desculpas. Sim, podemos dividir as pessoas em duas,
e somente duas, categorias: os que fazem, e os que encontram desculpas por não
terem feito.
Para
poder gerenciar e medir a resolutividade de sua equipe, o gestor precisa
estabelecer metas (sempre factíveis) e medir o seu atingimento. Os que alcançam,
ou superam, são resolutivos e precisam ser bonificados; aos demais, devem ser
aplicadas medidas que vão desde tentativas de requalificação, até a pura e
simples substituição.
Infelizmente,
a excessiva tolerância com desculpas ainda se faz presente nas empresas
brasileiras e aqui vale lembrar a lógica das companhias americanas: quando um
novo CEO assume seu posto, apresenta ao conselho de administração seu plano e
suas metas. Findo o exercício anual, ele volta a se encontrar com o conselho
para apenas uma dessas duas ações: apresentar os resultados atingidos ou superados;
ou entregar a sua carta de demissão.
Para refletir: O exemplo não é a coisa principal para se influenciar os outros; é a única
coisa. (Albert Schweitzer).
Para ler: A estratégia do Oceano Azul, de W. Chan Kim e Renee
Mauborgne
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