sábado, 25 de agosto de 2012

Tim Berners-Lee: o desconhecido pai da Web


Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
05/08/2012

              A indústria da tecnologia da informação tem produzido mitos que se tornaram bilionários e são celebrados mundo afora pelos seus feitos, como os norte-americanos Bill Gates (Microsoft), Steve Jobs (Apple) e Larry Ellisson (Oracle), dentre vários outros. Naturalmente, o glamour que os cerca tem mais relação com suas fortunas e (pseudo)irreverências do que propriamente pelo quanto contribuíram para o progresso da tecnologia.
       Em posição diametralmente oposta encontramos nomes pouco conhecidos, que não acumularam fortunas, mas cujas contribuições para o avanço tecnológico são inestimáveis. Nesse rol merecem destaque  o finlandês Linus Torvalds (criador do sistema operacional de código aberto Linux) e o inglês Tim Berners-Lee (pai da Web), a quem quero homenagear agora.
            Sir Timothy John Berners-Lee, nascido em  Londres em 8 de junho de 1955, é engenheiro, cientista da computação e professor do MIT, a quem é creditada a invenção da World Wide Web, fazendo a primeira proposta para sua criação em março de 1989. A World Wide Web (cuja tradução livre seria "Rede de alcance mundial", também conhecida como Web e WWW) é um sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados na Internet. Os documentos podem estar na forma de vídeos, sons, hipertextos e figuras. Para visualizar a informação, pode-se usar um programa de computador chamado navegador, que descarrega os chamados "documentos" ou "páginas" de servidores web (ou sites) e mostra na tela do usuário. O usuário pode então seguir as hiperligações na página para outros documentos ou mesmo enviar informações de volta ao servidor para interagir com ele. O ato de seguir hiperligações é, comumente, chamado de "navegar" ou "surfar" na Web. Possivelmente, não fosse a genialidade de Tim, poderíamos hoje estar trocando e acessando informações na Internet utilizando algo como a pouco intuitiva interface Windows e pagando caro por isso.
            Em 1994, Berners-Lee fundou o World Wide Web Consortium (W3C) no MIT, composto por várias empresas dispostas a criar normas e recomendações para melhorar a qualidade na Web. Berners-Lee deixou sua ideia disponível livremente, sem patente e sem royalties devidos. Eis, portanto, o maior mérito desse cientista, que justificaria ser celebrado como um dos maiores homens da história: resistiu à tentação de apropriar-se sozinho da sua criação e enriquecer com ela, desprezando patentes e royalties e compreendendo que conhecimento deve ser compartilhado e não mercantilizado.
            Como se não bastasse, foi uma das vozes pioneiras, e continua a percorrer o mundo em favor do princípio da neutralidade da rede (Internet), defendendo que provedores devem fornecer "conectividade sem restrições", e não deveriam nem controlar nem monitorar as atividades dos navegadores dos clientes sem o seu consentimento expresso.
            Recentemente, Tim Berners-Lee foi considerado um dos maiores gênios vivos do mundo, segundo o levantamento "Top100 Living Geniuses", da consultoria Creators Synectics. Em janeiro de 2011, quando esteve no Brasil, na Campus Party, afirmou: "A internet deve ser livre e qualquer tentativa de controle sobre a informação acaba por descaracterizar o propósito com que ela nasceu. Deveríamos lutar pelo oposto, justamente por um maior acesso à informação e maior liberdade e não partir para discussões sobre censura".


Para refletir: Software é como sexo: é melhor quando é de graça. (Linus torvalds)
Para ler: Diário de um líder, de Luciano Pires

Para visitar: Aspectos jurídicos para empresas - http://migre.me/a6pNU

Twitter: @jsantana61

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