Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
05/08/2012
A
indústria da tecnologia da informação tem produzido mitos que se tornaram
bilionários e são celebrados mundo afora pelos seus feitos, como os
norte-americanos Bill Gates (Microsoft), Steve Jobs (Apple) e Larry Ellisson (Oracle), dentre vários outros. Naturalmente, o glamour que os cerca tem mais relação com
suas fortunas e (pseudo)irreverências do que propriamente pelo quanto
contribuíram para o progresso da tecnologia.
Em
posição diametralmente oposta encontramos nomes pouco conhecidos, que não
acumularam fortunas, mas cujas contribuições para o avanço tecnológico são
inestimáveis. Nesse rol merecem destaque o finlandês Linus Torvalds (criador do sistema operacional de código aberto Linux) e o inglês Tim
Berners-Lee (pai da Web), a quem quero homenagear agora.
Sir Timothy
John Berners-Lee, nascido em Londres em 8 de junho de 1955, é engenheiro, cientista da
computação e professor do MIT, a quem é creditada a invenção da World
Wide Web, fazendo a primeira proposta para sua criação em março de 1989.
A World Wide Web (cuja tradução livre seria "Rede de
alcance mundial", também conhecida como Web e WWW) é um
sistema de documentos em hipermídia que são interligados e executados
na Internet. Os documentos podem estar na forma de vídeos,
sons, hipertextos e figuras. Para visualizar a informação, pode-se
usar um programa de computador chamado navegador, que descarrega
os chamados "documentos" ou "páginas" de servidores
web (ou sites) e mostra na tela
do usuário. O usuário pode então seguir as hiperligações na página
para outros documentos ou mesmo enviar informações de volta ao servidor para
interagir com ele. O ato de seguir hiperligações é, comumente, chamado de
"navegar" ou "surfar" na Web. Possivelmente, não fosse a
genialidade de Tim, poderíamos hoje estar trocando e acessando informações na
Internet utilizando algo como a pouco intuitiva interface Windows e pagando
caro por isso.
Em
1994, Berners-Lee fundou o World Wide Web Consortium (W3C) no MIT, composto
por várias empresas dispostas a criar normas e recomendações para melhorar a
qualidade na Web. Berners-Lee deixou sua ideia disponível livremente, sem
patente e sem royalties devidos. Eis, portanto, o maior mérito desse cientista,
que justificaria ser celebrado como um dos maiores homens da história: resistiu
à tentação de apropriar-se sozinho da sua criação e enriquecer com ela,
desprezando patentes e royalties e compreendendo que conhecimento deve ser
compartilhado e não mercantilizado.
Como
se não bastasse, foi uma das vozes pioneiras, e continua a percorrer o mundo em
favor do princípio da neutralidade da rede (Internet), defendendo
que provedores devem fornecer "conectividade sem
restrições", e não deveriam nem controlar nem monitorar as atividades dos
navegadores dos clientes sem o seu consentimento expresso.
Recentemente,
Tim Berners-Lee foi considerado um dos maiores gênios vivos do mundo, segundo o
levantamento "Top100 Living Geniuses", da consultoria Creators Synectics. Em janeiro de 2011, quando esteve no Brasil, na Campus Party, afirmou:
"A internet deve ser livre e qualquer tentativa de controle sobre a
informação acaba por descaracterizar o propósito com que ela nasceu. Deveríamos
lutar pelo oposto, justamente por um maior acesso à informação e maior
liberdade e não partir para discussões sobre censura".
Para refletir: Software é como sexo: é melhor quando é de graça. (Linus torvalds)
Para ler: Diário de
um líder, de Luciano Pires
Twitter: @jsantana61
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