sábado, 25 de agosto de 2012

Sobre eficiência, eficácia, competência e resolutividade


Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
19/08/2012

Poucas áreas do conhecimento são mais afeitas a inventar conceitos, definições e neologismos, muitos deles sem sentido, quanto a Administração de Empresas. Nesse rol de invencionices, resolveram diferenciar eficiência e eficácia, sinônimo consagrado por todos os dicionários. Imagine como justificar que alguém pode ser ao mesmo tempo eficiente e ineficaz, ou vice-versa. O pior são as tentativas de explicar e a obtusidade dos exemplos, previsivelmente ridículos, verdadeiras pérolas, como essas que transcrevo a seguir e, intencionalmente, omitirei os autores:
"EFICIÊNCIA é: fazer certo; o meio para se atingir um resultado; é a atividade, ou, aquilo que se faz; EFICÁCIA é: a coisa certa; o resultado; o objetivo: aquilo para que se faz, isto é, a sua Missão!"
"O comportamento eficiente cumpre o prometido, com foco no problema. A eficácia costuma ir um pouco mais além. Efetividade congrega o positivo que existe na eficiência e na eficácia".
É disso para pior, mas vamos deixar essas bobagens de lado e explorar um conceito mais objetivo e capaz de definir com maior precisão aquela que considero a mais importante das qualidades de um profissional: a resolutividade (ou resolubilidade), que significa, simplesmente, a capacidade de resolver os problemas que lhes são confiados. Apesar de simples, eis uma qualidade rara, ausente mesmo em pessoas que reunem vastas e diferenciadas competências.
Invariavelmente, os indivíduos resolutivos somam variadas competências, mas não são, necessariamente, os que mais as têm, considerando as competências técnicas (escolaridade e conhecimentos técnicos) e as comportamentais (intelectuais, de comunicação, sociais e organizacionais).
Nas organizações é muito comum se enxergar alguns poucos a quem se delegam os problemas mais difíceis, aqueles que pertecem à classe dos que resolvem, ao contrário dos muitos outros que não o fazem, embora costumem ser mestres em encontrar as mais sofisticadas desculpas. Sim, podemos dividir as pessoas em duas, e somente duas, categorias: os que fazem, e os que encontram desculpas por não terem feito.
Para poder gerenciar e medir a resolutividade de sua equipe, o gestor precisa estabelecer metas (sempre factíveis) e medir o seu atingimento. Os que alcançam, ou superam, são resolutivos e precisam ser bonificados; aos demais, devem ser aplicadas medidas que vão desde tentativas de requalificação, até a pura e simples substituição.
Infelizmente, a excessiva tolerância com desculpas ainda se faz presente nas empresas brasileiras e aqui vale lembrar a lógica das companhias americanas: quando um novo CEO assume seu posto, apresenta ao conselho de administração seu plano e suas metas. Findo o exercício anual, ele volta a se encontrar com o conselho para apenas uma dessas duas ações: apresentar os resultados atingidos ou superados; ou entregar a sua carta de demissão.
           

Para refletir: O exemplo não é a coisa principal para se influenciar os outros; é a única coisa. (Albert Schweitzer).

Para ler: A estratégia do Oceano Azul, de  W. Chan Kim e Renee Mauborgne 


Twitter: @jsantana61

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