sábado, 25 de agosto de 2012

Os empresários e as eleições


Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
22/07/2012


            A participação das empresas no processo eleitoral é uma contribuição importantíssima para a consolidação da jovem democracia brasileira, devendo ser norteada por valores como transparência, ética e repúdio à corrupção e ao abuso do poder econômico. A omissão de muitos diante da oportunidade singular de ajudar a eleger políticos decentes, e a contribuição financeira ilegal trocada por ganhos futuros, são os dois extremos que garantem a eleição do mau político e o favorecimento ao mau empresário.
            Infelizmente, a associação entre esses dois personagens nocivos à cidadania atinge seu ápice no período eleitoral, com farto noticiário a registrar doações originárias de "caixa dois", pagamentos de subornos e propinas, operações fraudulentas e compromissos inconfessáveis celebrados em ambientes pouco ventilados.
            Sabemos que a participação política deve ser encarada como uma das maiores contribuições que um cidadão pode dar na luta incessante por uma sociedade mais justa e democrática, enquanto o voto consciente é uma arma letal para exterminar os políticos desonestos, oportunistas e carreiristas. Ocorre que a corrupção eleitoral tem resistido e se afirmado como uma grave doença que precisa ser dizimada sem dó nem piedade. Se de uma maneira geral são fortes os indícios de que existe uma relação direta entre pobreza e corrupção, esta encontra as condições favoráveis de perpetuação justamente nas eleições. Estudo da FGV conclui que há uma relação inversamente proporcional entre o grau de corrupção e o nível de crescimento econômico de um país. Mais corrupção significa menos crescimento e menor bem-estar social.
            A contribuição financeira para campanhas eleitorais, obedecendo a lei, é uma demonstração de responsabilidade social da empresa, daí a importância da escolha criteriosa dos candidatos e partidos merecedores desse apoio. As empresas que defendem valores éticos podem perder credibilidade ao financiarem candidatos acusados de corrupção. E perder credibilidade muitas vezes significa perder o respeito dos clientes, colaboradores e parceiros.
            A poucos meses de uma eleição que escolherá os administradores e os parlamentos municipais, somos todos convocados, especialmente os empresários, a participar decisivamente, inclusive contribuindo financeiramente, dentro dos limites legais, para assegurar a eleição de homens e mulheres compromissados com os interesses maiores da sociedade.


Para refletir: Vale mais fazer e arrepender-se, que não fazer e arrepender-se. ~ Maquiavel
Para ler: A responsabilidade social das empresas no processo eleitoral, Instituto Ethos, versão pdf em http://migre.me/9Wf6q
Para visitar: www.ethos.org.br

Twitter: @jsantana61

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