segunda-feira, 28 de março de 2011

Energia Nuclear, a favor, sim, senhor

O desastre nuclear decorrente do terromoto que atingiu o Japão nos últimos dias, cujas consequências ainda podem se agravar, reacendeu o debate, infelizmente maniqueísta, sobre a retomada dos programas nucleares de vários países, dentre os quais EUA e Brasil. 

Continuo acreditando firmemente que a humanidade não poderá abrir mão da fonte eletronuclear como parte importante de uma matriz onde predominam as superpoluentes fontes térmica (a óleo, gas e carvão) e hídrica (vide Monte Belo para atestar a proximidade do esgotamento e as consequências para o meio ambiente). 

Antes de mais nada é preciso analisar os fatos com algum indispensável rigor técnico. Ocorre que a imprensa, pautada pelos adversários da energia nuclear, nao diz que a usina de Chernobyl era de 1a Geração, sequer possuindo edifício de contenção; que as usinas japonesas atingidas são de 2a Geração, com um único circuito de resfriamento; que as usinas brasileiras de Angra já são de 3a Geração, com circuitos primário e secundário de resfriamento dos reatores, portanto, muito mais seguras. E que as novas usinas nucleares, de 4a Geração, são ainda mais seguras. 

É sempre assim, os inventos são permanentemente aperfeiçoados e se tornam cada vez mais seguros, a partir dos aprendizados que muitas vezes decorrem de grandes acidentes. Foi assim que a aviação evoluiu e se tornou uma das indústrias obcecadas pela segurança, somente comparada à própria indústria nuclear. 

No mais, é preciso saber que as fontes de energia alternativas e renováveis (eólica, térmica, biomassa etc), cujo uso será cada vez mais intenso, não serão capazes de suprir o exponencial crescimento da demanda mundial, daí a necessidade de novas usinas térmicas (a gas, óleo, carvão e urânio), inevitavelmente, a não ser que inauguremos um novo ciclo civilizatório pautado pela redução do consumo de energia (misto de racionalização e racionamento), obrigando-nos a abrir mão de muitos dos confortos do mundo moderno. Nisso, eu não acredito. E por tudo quanto expus, continuo acreditanto que a energia não poluente proveniente do elemento atômico, uma das maiores descobertas do homem, ainda terá vida longa.

Complementarmente, recomendo a leitura desse interessante artigo, que remete a outro:

http://colunas.epoca.globo.com/paulomoreiraleite/2011/03/23/uma-voz-inteligente/

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