Recebi essa mensagem de um amigo e resolvi compartilhar:
Recomendo fortemente a leitura da reportagem “Os banqueiros do tráfico”, originalmente publicada pelo The Observer e republicada no Brasil pela Carta Capital (n° 642, nas bancas).
A reportagem conta que o banco norte-americano Wachovia (comprado em 2009 pelo Wells Fargo) afrouxou propositalmente as regras contra lavagem de dinheiro para os recursos provenientes do México. Entre 1° de maio de 2004 e 31 de maio de 2007 (37 meses), o Wachovia processou pelo menos US$ 373,6 bilhões vindos de casas de câmbio do México (mais de US$ 10 bilhões por mês). Especula-se que boa parte destes recursos seja proveniente do narcotráfico.
O Wachovia sabia o que estava acontecendo. Foi alertado por um ex-policial britânico (Martin Woods) contratado pelo próprio Wachovia para atuar em antilavagem no Reino Unido. E o FBI chegou a fazer mais de 6 mil intimações.
O caso só explodiu mesmo quando a DEA descobriu, depois de 22 meses de investigação, que um avião apreendido em 2006 com 5,7 toneladas de cocaína a bordo, fora comprado com dinheiro lavado no Wachovia.
Então, em março de 2010, sem que ninguém tivesse sido preso, o Wachovia aceitou um acordo com o Tribunal Distrital Federal de Miami e pagou US$ 110 milhões de multa por permitir transações relacionados ao narcotráfico e US$ 50 milhões por não ter monitorado o dinheiro usado para comprar a cocaína. O caso não chegou a ir a julgamento...
A multa foi inferior a 2% do lucro do Wachovia em 2009 (US$ 12,3 bilhões). Tão insignificante que, na mesma semana em que assinou o acordo na justiça, reconhecendo sua culpa, as ações do Wachovia subiram 1%.
Ai a nossa imprensa acha que o problema do narcotráfico está na Rocinha ou no Alemão...
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