quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Você merece ganhar mais?


Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
19/05/2013

       Uma das demandas mais recorrentes nas empresas são os pleitos por aumentos salariais, que terminam por produzir cotidiana preocupação nos gestores, sobretudo de organizações que não possuem um bem estruturado plano de cargos e salários, isto é, a imensa maioria.
            Invariavelmente, e mesmo sem um plano de carreira, os gestores atribuem os valores das remunerações a partir de critérios que, com maior ou menor objetividade, refletem a realidade do mercado de trabalho e o retorno que cada empregado traz para a empresa. É tão simples quanto a lógica do "vale quanto pesa".
            Ocorre, porém, que em geral os empregados acreditam que ganham menos do que merecem e costumam se comparar aos colegas que ganham mais sob um olhar onde predomina a superestima e, quase sempre, a absoluta ausência de senso crítico. Quando questionado sobre o que o faria merecer o pretendido aumento, as respostas raramente são convincentes e fundamentadas em alguma métrica de resutados produzidos.
            Há casos, embora pouco comuns, em que o gestor não reconhece que determinado empregado merece ganhar mais, e a consequência é perdê-lo para o concorrente ou corrigir a situação a tempo de evitar que isso ocorra. Nos demais casos, e quando os pleitos por aumentos se tornam repetitivos, melhor seria procurar oportunidade em outra empresa, antes que seja dispensado por óbvias razões.
            Em recente artigo sobre o tema, o consultor Welington Moreira, da Caput Consultoria, ensina o seguinte: "é importante ter em mente que o mercado paga mais quando há escassez. Assim, se as suas competências e a capacidade de dar resultados não forem muito acima da maioria dos profissionais disponíveis, você receberá aquilo que se paga na média. Como você acha que as empresas arrumam dinheiro para pagar os talentosos? Remunerando menos aqueles que ocupam posições de mais fácil reposição".
            O fato é que aqueles que ganham mais, certamente fazem por onde: são mais dedicados, mais qualificados (e não cansam de buscar mais qualificação), são bons em relações interpessoais, vestem a camisa da empresa, são versáteis (nunca dizem "isso não é atribuição minha"), portanto, estão sempre a postos para ajudar a resolver problemas e, por conta disso tudo, produzem mais e melhores resultados para a organização.
            Para quem quer ganhar mais, a atitude que a sensatez (e o mercado) recomenda é muito simples: faça mais, dedique-se mais, contribua mais, produza mais, estude mais e, não menos importante, pare de reclamar!


Para refletir: "O problema é que, se você não arrisca nada, o risco é ainda maior." -- Erica Jong

Para visitar: www.portalgsti.com.br

Reflexões sobre o Proinveste

Jornal da Cidade
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#Business
19/05/2013

               Nesta mesma coluna, em dezembro último, ainda no calor da derrota que os nobres deputados da oposição impuseram a Sergipe e aos sergipanos, mais do que ao governo, ao não aprovar o Proinveste, tratei aqui da importância do investimento público enquanto alavanca do investimento privado. Volto ao tema agora que, finalmente, a novela acabou, fruto de um longo e tedioso entendimento entre governo e oposição.
               O fomento e a atração do investimento privado em um Estado como Sergipe requer um vasto conjunto de fatores e de instrumentos, dentre os quais se destacam a concessão de incentivos fiscais, o ambiente de negócios (aí incluída a confiabilidade e a postura ética dos agentes públicos), a disponibilidade de mão-de-obra e a infraestrutura produtiva.
               A infraestrutura produtiva inclui meios de transporte (rodovias, ferrovias, aeroporto, porto etc), suprimento de água, energia elétrica e gás, e a oferta de adequadas áreas industriais, grande parte fruto do investimento público. Quanto melhor for essa infraestrutura, maior a competitividade do Estado, ou seja, sua capacidade de ganhar a acirrada disputa com outros Estados por novos empreendimentos.
               O investimento público em infraestrutura produtiva, que vem sendo realizado por sucessivos governos ao longo das últimas décadas, tem sido um dos mais importantes diferenciais para o desenvolvimento industrial de Sergipe, mas a demanda por novos investimentos não para de crescer, o que é absolutamente natural. Novas estradas (às vezes pequenos trechos para interligar novas grandes indústrias a rodovias existentes) e a melhoria da infraestrutura e implantação de novos distritos industriais tornam-se essenciais, razão pela qual fazem parte do atual plano de investimentos do governo.
               Essa mesma classe de investimento igualmente impacta outra indústria de grande significado para a economia sergipana, o Turismo, cuja política estadual conduzi no biênio 2009/2010, quando foram incorporadas à SEDETEC as funções da SETUR. Com a consolidação dos principais destinos turísticos (Xingó com a revitalização da Rota do Sertão, e litoral sul com as pontes Joel Silveira e Gilberto Amado), urge a abertura de uma nova fronteira, desta feita no litoral norte, cujo principal requisito é a construção da SE-100 Norte ligando Pirambu a Pacatuba.
               Parte desses investimentos faz parte do Proinveste e, embora aprovado pela vetusta Assembléia Legislativa, demandará ao governo lutar contra o tempo para contratar as operações de crédito em prazo recorde. Eis porque, com todo respeito a quem pensa diferente, alinho-me com aqueles que enxergam que, mesmo não havendo vencedores, existiu um perdedor: Sergipe e os sergipanos. Ainda que a contratação venha a ocorrer a tempo, no mínimo perdeu-se sete valiosos meses discutindo os falaciosos argumentos da oposição. No mais, quero crer que na política em geral, e na sergipana desta quadra em particular, mais vale aplicar as lições de Maquiavel do que praticar o republicanismo e o ecumenismo.        


Para refletir: Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela. -- Maquiavel

Para visitar: www.bndes.gov.br

O que não se aprende na escola

Jornal da Cidade
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#Business
12/05/2013

            Aribuído a Bill Gates e sob o título "As 11 Regras da Vida", circula na Internet um e-mail viral cujo conteúdo é muito interessante. Pesquisando, descobri que na verdade as regras foram extraídas do livro "Dumbing down our children", do escritor americano Charles Sykes, que critica os atuais padrões educacionais, cuja consequência seria o fracasso dos jovens ao se defrontarem, despreparados, com o mundo real.
            Embora singelas, dada a relevância das 11 regras de Sykes reproduzo-as ciente de que se aplicam não somente como conselhos para jovens estudantes: tanto servem para nossos filhos, como para nós.
1. A vida não é fácil, acostume-se com isso.
2. O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele antes de sentir-se bem com você mesmo.
3. Você não ganhará US$ 40 mil por ano assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.
4. Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.
5. Vender sanduíche não diminui a sua posição social. Seus avós têm uma palavra diferente para isso: eles chamam de oportunidade.
6. Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.
7. Antes de você nascer, seus pais não eram tão chatos como agora. Eles só ficaram assim depois de pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer o quanto é idealista. Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os erros da geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.
8. Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente nada na vida real.
9. A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.
10. Televisão não é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.
11. Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande probabilidade de você vir a trabalhar para um deles.        


Para refletir: "A finalidade da educação é substituir a mente vazia pela mente aberta." -- Forbes

Para visitar: www.todospelaeducacao.org.br

Abaixo o pessimismo

Jornal da Cidade
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#Business
05/05/2013

            Vivi, já no mundo dos negócios, os dificílimos anos 80, com a loucura de uma hiperinflação que beirou os 3 dígitos (isso mesmo!) e as diversas tentativas frustradas de domá-la, fato que somente veio a lograr êxito com o Plano Real, em 1994, no governo Itamar Franco. Ali, sim, havia motivos para pessimismo e mau humor, diante da ginástica diária para sobreviver em um cenário recessivo, que produziu ainda mais empobrecimento (inclusive da classe média) e o agravamento das desigualdades sociais.
            Desde o Plano Real, e apesar de alguns momentos difíceis, a economia do Brasil vem mudando para melhor. A partir de 2003, com a chegada de Lula ao poder e sua opção por garantir a estabilidade econômica, mas sem abrir mão de promover a redução das desigualdades sociais, operou-se o que o liberalismo conservador havia condenado ao fracasso: multiplicação do valor do salário mínimo (de menos de US$ 100 para mais de US$ 300), incremento significativo da massa salarial, formação de uma nova classe média (a maior mobilidade de classes da nossa história), recordes sucessivos de geração de empregos, enfim, crescimento econômico com distribuição de renda nunca vistos antes.
            Nesse meio tempo, tivemos que enfrentar duas crises econômicas mundiais severíssimas e, novamente, os cavaleiros do Apocalipse falharam em suas previsões. A aposta no mercado interno, o apelo ao consumo e várias outras medidas anticíclicas foram e vêm sendo tomadas pelo governo para minimizar os efeitos das crises.
            Apesar de tudo isso, o liberalismo atrasado, agora mancomunado com o "setor improdutivo" (leia-se grandes bancos privados) que "sofre" com a queda da taxa de juros, não sossega. Escalada para disseminar o medo, a mídia conservadora presta mais esse desserviço, que só não causa maior estrago por conta da sua rarefeita capacidade de formar opinião, fruto de declinante audiência e escassa credibilidade.
            É óbvio que, se muito foi feito até aqui, não menos ainda há por fazer para livrar a economia de amarras históricas que afetam a competitividade das empresas. Carga tributária elevadíssima, oligopolização de alguns setores, infraestrutura deficiente e ensino público sem qualidade são apenas alguns dos graves problemas que precisam ser enfrentados com menor timidez. Some-se a eles as inadiáveis reformas (tributária, trabalhista, política, eleitoral etc) sobre as quais já escrevemos nesta coluna.
            A propósito da citada onda de pessimismo, o empresário Benjamin Steinbruch, da CSN, escreveu um artigo intitulado "Xô, mau humor", publicado na Folha de São Paulo no último dia 23/04 (link abaixo), leitura obrigatória, cujo último parágrafo é um primor:
"Os psiquiatras chamam de "distímicos" os indivíduos que só enxergam o lado negativo do mundo. O mau humor, portanto, pode ser doença, mas, no caso da economia, também pode ser a manifestação de quem torce contra o país por razões variadas".


Para refletir: "Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento". -- Albert Einstein

Para ler: Xô, mau humor - www.brasil247.com/pt/247/midiatech/99630/