quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Os 3 inimigos dos empreendedores

Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
14/04/2013


            Como se não bastassem os riscos inerentes à atividade empresarial, aqueles que se dispõem a produzir riqueza e gerar empregos em nosso querido Brasil têm que estar prontos para o embate cotidiano com ao menos três inimigos muito bem posicionados e que aprontam armadilhas diante das quais muitos capitulam.
            O primeiro inimigo são os tributos, aqui considerada a elevada carga tritutária incidente sobre as empresas e o aparato fiscalizatório. Um emaranhado de leis, decretos, portarias e obrigações acessórias induzem a erros que, a partir da discricionariedade da autoridade fiscal, podem se transformar em autos de infração dos quais costumam derivar multas impagáveis, obrigando as empresas a travar longas e dispendiosas batalhas judiciais para desconstruir tais atos.
            O segundo inimigo é a burocracia. Impregnada na máquina pública brasileira desde a colonização, o legado cartorial lusitano resiste bravamente e age impondo obstáculos ao surgimento e ao crescimento dos negócios. Enquanto na maioria dos países em poucos dias se abre uma empresa ou se obtém uma licença, aqui são meses (às vezes anos) de vai-e-vem às desaparelhadas repartições públicas, impondo ao empreendedor um insuportável exercício de paciência. Não é por outra razão que o excesso de burocracia se constitui em uma porta aberta para a corrupção.
            O terceiro, mas não menos importante inimigo, é a CLT. Esse marco legal vem se transformando, ao longo da sua longeva existência, em um frankstein que impõe às empresas obrigações descabidas e cada vez mais anacrônicas, expondo-as a passivos milionários. Paradoxalmente, ao invés de reduzir seu grau de extemporaneidade, adaptando-a aos novos tempos e inspirando-se nas relações de trabalho adotadas nos países desenvolvidos, nossos parlamentares federais atuam em sentido contrário, demagogicamente introduzindo novos ônus para as empresas e, por via de consequência, afetando sua competitividade nessa era de economia globalizada.
            O cenário é bem mais favorável para as micro e pequenas empresas que, a partir de imensa mobilização e luta de suas entidades representativas e do Sebrae, lograram êxito ao conquistar a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas que desonerou e simplificou suas atividades. Por outro lado, as grandes empresas possuem maior capacidade defensiva para enfrentar esses inimigos, restando as médias corporações como suas maiores vítimas.
            Finalmente, a pergunta que não quer calar: como combater esses inimigos? E a resposta é simples: tudo depende das disposições dos governos (sobretudo o Federal) e dos parlamentares (Deputados Federais e Senadores) para fazer as indispensáveis reformas (política, tributária, trabalhista etc) que vêm sendo sistematicamente procrastinadas. Sem a pressão do igualmente arcaico sistema confederativo de entidades representativas do empresariado, contudo, as reformas continuarão sendo adiadas e esses inimigos prosseguirão vivos e atuantes por muito tempo.


Para refletir: "Por trás de todo progresso há o entusiasmo." -- Henry Ford


Para ler: Reforma Trabalhista, de Ney Prado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário