Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
05/05/2013
Vivi, já no mundo
dos negócios, os dificílimos anos 80, com a loucura de uma hiperinflação que
beirou os 3 dígitos (isso mesmo!) e as diversas tentativas frustradas de
domá-la, fato que somente veio a lograr êxito com o Plano Real, em 1994, no
governo Itamar Franco. Ali, sim, havia motivos para pessimismo e mau humor,
diante da ginástica diária para sobreviver em um cenário recessivo, que
produziu ainda mais empobrecimento (inclusive da classe média) e o agravamento
das desigualdades sociais.
Desde o Plano
Real, e apesar de alguns momentos difíceis, a economia do Brasil vem mudando
para melhor. A partir de 2003, com a chegada de Lula ao poder e sua opção por
garantir a estabilidade econômica, mas sem abrir mão de promover a redução das
desigualdades sociais, operou-se o que o liberalismo conservador havia condenado
ao fracasso: multiplicação do valor do salário mínimo (de menos de US$ 100 para
mais de US$ 300), incremento significativo da massa salarial, formação de uma
nova classe média (a maior mobilidade de classes da nossa história), recordes
sucessivos de geração de empregos, enfim, crescimento econômico com
distribuição de renda nunca vistos antes.
Nesse meio tempo,
tivemos que enfrentar duas crises econômicas mundiais severíssimas e,
novamente, os cavaleiros do Apocalipse falharam em suas previsões. A aposta no
mercado interno, o apelo ao consumo e várias outras medidas anticíclicas foram
e vêm sendo tomadas pelo governo para minimizar os efeitos das crises.
Apesar de tudo
isso, o liberalismo atrasado, agora mancomunado com o "setor
improdutivo" (leia-se grandes bancos privados) que "sofre" com a
queda da taxa de juros, não sossega. Escalada para disseminar o medo, a mídia
conservadora presta mais esse desserviço, que só não causa maior estrago por
conta da sua rarefeita capacidade de formar opinião, fruto de declinante
audiência e escassa credibilidade.
É óbvio que, se
muito foi feito até aqui, não menos ainda há por fazer para livrar a economia
de amarras históricas que afetam a competitividade das empresas. Carga
tributária elevadíssima, oligopolização de alguns setores, infraestrutura
deficiente e ensino público sem qualidade são apenas alguns dos graves
problemas que precisam ser enfrentados com menor timidez. Some-se a eles as
inadiáveis reformas (tributária, trabalhista, política, eleitoral etc) sobre as
quais já escrevemos nesta coluna.
A propósito da citada
onda de pessimismo, o empresário Benjamin Steinbruch, da CSN, escreveu um
artigo intitulado "Xô, mau humor", publicado na Folha de São Paulo no
último dia 23/04 (link abaixo), leitura obrigatória, cujo último parágrafo é um
primor:
"Os psiquiatras chamam de "distímicos" os indivíduos
que só enxergam o lado negativo do mundo. O mau humor, portanto, pode ser
doença, mas, no caso da economia, também pode ser a manifestação de quem torce
contra o país por razões variadas".
Para refletir: "Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que
o conhecimento". -- Albert Einstein
Para ler: Xô, mau humor - www.brasil247.com/pt/247/midiatech/99630/
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