Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
19/05/2013
Nesta mesma coluna, em dezembro último, ainda no calor da derrota que
os nobres deputados da oposição impuseram a Sergipe e aos sergipanos, mais do
que ao governo, ao não aprovar o Proinveste, tratei aqui da importância do
investimento público enquanto alavanca do investimento privado. Volto ao tema
agora que, finalmente, a novela acabou, fruto de um longo e tedioso
entendimento entre governo e oposição.
O fomento e a
atração do investimento privado em um Estado como Sergipe requer um vasto
conjunto de fatores e de instrumentos, dentre os quais se destacam a concessão
de incentivos fiscais, o ambiente de negócios (aí incluída a confiabilidade e a
postura ética dos agentes públicos), a disponibilidade de mão-de-obra e a
infraestrutura produtiva.
A infraestrutura
produtiva inclui meios de transporte (rodovias, ferrovias, aeroporto, porto
etc), suprimento de água, energia elétrica e gás, e a oferta de adequadas áreas
industriais, grande parte fruto do investimento público. Quanto melhor for essa
infraestrutura, maior a competitividade do Estado, ou seja, sua capacidade de
ganhar a acirrada disputa com outros Estados por novos empreendimentos.
O investimento
público em infraestrutura produtiva, que vem sendo realizado por sucessivos governos
ao longo das últimas décadas, tem sido um dos mais importantes diferenciais
para o desenvolvimento industrial de Sergipe, mas a demanda por novos
investimentos não para de crescer, o que é absolutamente natural. Novas
estradas (às vezes pequenos trechos para interligar novas grandes indústrias a
rodovias existentes) e a melhoria da infraestrutura e implantação de novos distritos
industriais tornam-se essenciais, razão pela qual fazem parte do atual plano de
investimentos do governo.
Essa mesma classe
de investimento igualmente impacta outra indústria de grande significado para a
economia sergipana, o Turismo, cuja política estadual conduzi no biênio
2009/2010, quando foram incorporadas à SEDETEC as funções da SETUR. Com a
consolidação dos principais destinos turísticos (Xingó com a revitalização da
Rota do Sertão, e litoral sul com as pontes Joel Silveira e Gilberto Amado),
urge a abertura de uma nova fronteira, desta feita no litoral norte, cujo
principal requisito é a construção da SE-100 Norte ligando Pirambu a Pacatuba.
Parte desses
investimentos faz parte do Proinveste e, embora aprovado pela vetusta
Assembléia Legislativa, demandará ao governo lutar contra o tempo para
contratar as operações de crédito em prazo recorde. Eis porque, com todo
respeito a quem pensa diferente, alinho-me com aqueles que enxergam que, mesmo
não havendo vencedores, existiu um perdedor: Sergipe e os sergipanos. Ainda que
a contratação venha a ocorrer a tempo, no mínimo perdeu-se sete valiosos meses
discutindo os falaciosos argumentos da oposição. No mais, quero crer que na
política em geral, e na sergipana desta quadra em particular, mais vale aplicar
as lições de Maquiavel do que praticar o republicanismo e o ecumenismo.
Para refletir: Mas a ambição do homem é tão
grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum
tempo pode resultar dela. -- Maquiavel
Para visitar: www.bndes.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário