quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Turismo de eventos

Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
10/03/2013



            Há muito nutro especial interesse pelo turismo enquanto atividade de grande potencial dinamizador da economia e passei a compreender melhor esse segmento a partir de muitas conversas com empresários, leitura de estudos, exame de pesquisas e, sobretudo, pelo privilégio que tive de conduzir a política pública do turismo do governo de Sergipe no biênio 2009/2010, quando a Setur foi incorporada à Sedetec, da qual era titular.
            É bem verdade que Sergipe (ainda) não é um dos mais importantes polos turísticos do Nordeste brasileiro, mas é igualmente verdade que nosso turismo vem se consolidando a partir de inegáveis esforços dos últimos governos e do próprio trade turístico. Por outro lado, ainda são muitos os desafios a serem vencidos e a estratégia de governo de investir em infraestrutura e em promoção para consolidar os principais destinos turísticos do Estado (Aracaju, litoral sul, Xingó e litoral norte) vem dando certo. A nosso desfavor, atua a caótica e desregulada aviação civil brasileira, que nos impõe horários inconvenientes e preços extorsivos.
            Uma das lacunas, contudo, que continuam sem merecer a necessária atenção é o turismo de eventos que, desde sempre e inexplicavelmente, vem sendo secundarizado tanto pelos governos, quanto pelo próprio trade turístico. Parece não restar dúvidas quanto a sua priorização e as razões são muitas: o turista de eventos gasta mais do que o de lazer; a hotelaria e os demais elos da extensa cadeia produtiva do turismo se beneficiam dos eventos que acontecem em baixas estações; o turista de eventos, bem trabalhado, tende a se tornar um turista de lazer etc, etc, etc.
            Para alavancar essa modalidade de turismo, o maior desafio continua sendo superar as limitações do Centro de Convenções de Sergipe (CCS). Adepto da filosofia popular de que o ótimo é o inimigo do bom, e ciente das dificuldades de captar no mínimo R$ 100 milhões para construir um novo, discuti com representantes do trade turístico e concluímos que a reforma com ampliação do CCS é viável e de baixo custo relativo (cerca de R$ 20 milhões), sem prejuízo da construção posterior de um novo centro de convenções, até porque não há qualquer restrição a termos dois, complementares, um médio e um grande.
            Oportunamente, o empresário do segmento de eventos e presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe, Alexandre Porto, vem insistindo junto ao governo e aos deputados estaduais para a inclusão da reforma do CCS na matriz de investimentos do Proinveste. Se neste programa de investimentos não for possível, que se busque outro, mas o fato é que Sergipe, que já conta com oferta hoteleira à altura, não pode continuar sem condições de receber eventos de médio porte pela falta de um equipamento indispensável como um centro de convenções.


Para refletir: "O que se pode acrescentar à felicidade de um homem que tem saúde, não tem dívidas e está com a consciência tranquila?" -- Adam Smith

Para ler: www.turismo.gov.br

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