Jornal da Cidade
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#Business
17/03/2013
A
semana que passou foi marcada por merecidas homenagens ao líder Marcelo Déda,
já que na segunda-feira ele completou 53 anos. Quero pegar carona para fazer o
meu registro pessoal quanto à convivência e ao aprendizado dos quatro anos em
que trabalhamos juntos no primeiro quadriênio do seu governo. Antes que algum
apressado queira atribuir classificação menos nobre para a iniciativa de
escrever esse texto, antecipo a resposta: dentre os muitos defeitos desse
empresário que vos escreve aos domingos, não há a mínima vocação para áulico.
Não quero explorar
os fartamente conhecidos atributos de Déda como líder político nato, orador
brilhante e político obcecado pela ética, mas trazer à tona um pouco da
dimensão administrativa (ou de gestão) da sua liderança. Confesso que até o
início do governo, em 2007, eu não fazia idéia de qual seria seu estilo de
liderança na gestão e cheguei a imaginar que, com sua forte veia política,
teria muitas lacunas enquanto gestor, mas não foi isso o que descobri.
Déda tem uma inteligência
privilegiada e, com imensa facilidade, compreende rapidamente a essência de uma
idéia ou de um projeto, e logo no primeiro contato enriquece o escopo,
adicionando, com rara sensibilidade social, componentes e variáveis que
terminam por redimensioná-lo, sempre para além do que havíamos idealizado.
Diante do
turbilhão de problemas que pousam a cada minuto na mesa de um governante, nada
mais natural do que vê-lo muitas vezes impaciente e, por consequência, em certas
ocasiões o estresse dominava o ambiente. Aquilo para mim era um espelho onde me
via fazendo o mesmo na empresa, sentindo o incômodo, mas ao mesmo tempo
reconhecendo o quanto é difícil controlar a tensão que, em alguns momentos,
torna-se quase insuportável.
Um dos maiores
predicados de um gestor, o zelo com as finanças, é outra marca de Marcelo Déda,
que sempre age com parcimônia na definição dos gastos e investimentos. Eis aqui
um dificílimo dilema: de um lado, a infinitude das demandas da sociedade; do
outro, a finitude do orçamento público. Novamente, a consequência é negativa
para o líder, que se vê frustrado por ter que fazer escolhas sempre difíceis.
Como o espaço
ficou curto, quero finalizar destacando duas outras fortes características do
gestor Déda. Primeiramente, a valoriação do planejamento participativo,
ferramenta que, por si só, garante que o investimento público não seja fruto
apenas (e perigosamente) do caráter visionário do gestor. Em segundo lugar, o
cuidado na formulação de projetos, sempre atentando para a garantia da sua
efetiva viabilidade, evitando que o dinheiro público seja utilizado para
construir elefantes brancos.
Enfim, se ao
atender o convite para compor sua equipe de governo tive a oportunidade de
dedicar tempo e energia em favor do desenvolvimento do meu Estado, por outro
lado tive o privilégio de conviver e aprender com um líder que domina boas
práticas de gestão e me ensinou a distinguir a administração pública da
privada, cujas diferenças, embora sutis, são muito significativas.
Para refletir: "Não estimo muito o homem que não é mais sábio hoje do que
foi ontem". -- Abraham Lincoln
Para visitar: www.nomundoenoslivros.com
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