quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Convivendo e aprendendo com um líder

Jornal da Cidade
Revista da Cidade
#Business
17/03/2013

          A semana que passou foi marcada por merecidas homenagens ao líder Marcelo Déda, já que na segunda-feira ele completou 53 anos. Quero pegar carona para fazer o meu registro pessoal quanto à convivência e ao aprendizado dos quatro anos em que trabalhamos juntos no primeiro quadriênio do seu governo. Antes que algum apressado queira atribuir classificação menos nobre para a iniciativa de escrever esse texto, antecipo a resposta: dentre os muitos defeitos desse empresário que vos escreve aos domingos, não há a mínima vocação para áulico.
       Não quero explorar os fartamente conhecidos atributos de Déda como líder político nato, orador brilhante e político obcecado pela ética, mas trazer à tona um pouco da dimensão administrativa (ou de gestão) da sua liderança. Confesso que até o início do governo, em 2007, eu não fazia idéia de qual seria seu estilo de liderança na gestão e cheguei a imaginar que, com sua forte veia política, teria muitas lacunas enquanto gestor, mas não foi isso o que descobri.
  Déda tem uma inteligência privilegiada e, com imensa facilidade, compreende rapidamente a essência de uma idéia ou de um projeto, e logo no primeiro contato enriquece o escopo, adicionando, com rara sensibilidade social, componentes e variáveis que terminam por redimensioná-lo, sempre para além do que havíamos idealizado.          
     Diante do turbilhão de problemas que pousam a cada minuto na mesa de um governante, nada mais natural do que vê-lo muitas vezes impaciente e, por consequência, em certas ocasiões o estresse dominava o ambiente. Aquilo para mim era um espelho onde me via fazendo o mesmo na empresa, sentindo o incômodo, mas ao mesmo tempo reconhecendo o quanto é difícil controlar a tensão que, em alguns momentos, torna-se quase insuportável.
     Um dos maiores predicados de um gestor, o zelo com as finanças, é outra marca de Marcelo Déda, que sempre age com parcimônia na definição dos gastos e investimentos. Eis aqui um dificílimo dilema: de um lado, a infinitude das demandas da sociedade; do outro, a finitude do orçamento público. Novamente, a consequência é negativa para o líder, que se vê frustrado por ter que fazer escolhas sempre difíceis.
        Como o espaço ficou curto, quero finalizar destacando duas outras fortes características do gestor Déda. Primeiramente, a valoriação do planejamento participativo, ferramenta que, por si só, garante que o investimento público não seja fruto apenas (e perigosamente) do caráter visionário do gestor. Em segundo lugar, o cuidado na formulação de projetos, sempre atentando para a garantia da sua efetiva viabilidade, evitando que o dinheiro público seja utilizado para construir elefantes brancos.
         Enfim, se ao atender o convite para compor sua equipe de governo tive a oportunidade de dedicar tempo e energia em favor do desenvolvimento do meu Estado, por outro lado tive o privilégio de conviver e aprender com um líder que domina boas práticas de gestão e me ensinou a distinguir a administração pública da privada, cujas diferenças, embora sutis, são muito significativas.


Para refletir: "Não estimo muito o homem que não é mais sábio hoje do que foi ontem". -- Abraham Lincoln

Para visitar: www.nomundoenoslivros.com

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